sábado, 21 de fevereiro de 2009

Recuperação

Sem desculpas desta vez, pela falta, pela ausência e pela displicência de minhas vagas palavras. Pra variar faz tempo que não me atrevo a escrever minhas tristes linhas, mas acho que hoje – especialmente nesta última semana – estou um tanto quanto inspirado.

Passei “maus bocados” nos primeiros dias desta semana, abatido por uma dor abdominal fora do comum, bate as portas do Hospital e, claro, tive minha primeira estadia no leito de uma emergência. Suspeitou-se de apendicite, mas ao contrário disso, nada tão claro e evidente me acometeu. Acreditem, nem mesmo o médico soube explicar. Creio eu, no alto meu melancolismo que fui arrebatado por um “mal da cabeça”, o tal do “stress”, e acabei “puxando a minha cachorrinha” para as portas do Memorial São Francisco.

Mas estou bem, eu acho... as dores vem e vão, bem como os sentimentos que as causaram, sentimentos de medo e incerteza. Normal em si tratando de mim e da minha recorrente desconfiança do mundo. O trabalho anda bem, mas poderes superiores querem extirpar a minha única fonte de renda – não única é verdade, tenho dois braços fortes e muita inteligência, faço de um tudo e de fome acabo não morrendo. Mas não gosto quando tentam passar a perna em mim.

Sabem, são quase três anos de muita luta, em um campo no qual a competitividade e voraz. Sou muito bom no que faço – modesta parte; mas só isso não basta, pois ao contrário do que exigem, falta-me o tal concurso. Calma!!! Não vou me sujeitar a qualquer situação, me propus a fazer algo pelo resto de minha vida, e quero fazer isso muito bem feito! Serei um grande juiz! Queiram ou não, não me sujeitarei a vontades alheias as minhas, não me relegarei a empregos nos quais não vislumbre a possibilidade de alcançar o que tanto almejo. É difícil, ser comissionado, é matar um leão por dia!! Mas diante de tantas contrariedades, me enchem os olhos ver o processo vivo em minhas mãos, e o fato de poder direcionar da melhor forma os seus caminhos. Isso faz com que me orgulhe de fazer bom uso de tudo que aprendi com gente tão generosa nessa minha breve história.

Devagarzinho vejo em mim um pouco de todos eles. A simplicidade do Silvio Tó, o conhecimento do Rogério Varela, a naturalidade do Paulo Henrique, a sagacidade do Eduardo Varandas – pra mim, “o cara!”; o humor refinado de Taciana Barreto – uma amiga sem comparação; a generosidade do Zé Antônio, a transparência de Suzanne Ruddiger, a sobriedade de Manoel Monteiro, e a naturalidade de Arnóbio Teodósio, além de tantos outros que passaram no decorrer dessa minha simples jornada. Confesso que nem sempre os enxergo em mim, pois cada um deles é especial dentro de sua especialidade, mas que ebi muito de cada uma dessas fontes, bebi! Tornando-me um bom julgador entre os homens de bem.

Sei que minha atual função, não será perpetua, mas enquanto a exercer-la, a farei com total entrega, pois a recompensa – que muitas vezes não é apenas financeira – sempre vem, e um dia chegarei ao que tanto objetivo! Outros, que comigo trabalham, talvez não comunguem do mesmo sentimento, mas “cada um sabe onde o seu sapato aperta mais”, não é verdade?

No mais, outros motivos para acabar em um hospital, não me faltariam, mas pra que dá-los tanta atenção? Eu quero mais é ser feliz, porque isso contagia a gente, enriquece e rejuvenesce a alma, faz bem pra pele e se reflete até no beijo, e melhor, no sexo... Tentem também! (risos) Ser feliz sem maiores motivos, afastando os males com a boa vontade. Fazendo o seu, e deixando o dos outros. Como diz o novo ditado, que corre a “boca miúda”: “CADA UM NO SEU QUADRADO!!”

Antes que pensem coisas do tipo: ele viu a morte de perto... ou: será que ele tem um câncer terminal e está se despedindo dos amigos? Nãooooooooooo!! Credo povo! Toma de conta Senhor! Eu sempre pensei assim, mas sou um cara estressado, assoberbado com meus perfeccionismos e minhas manias feias, coisas que acabam me afastando do que há de mais simples nessa vida, que é viver! E viver bem é fundamental, não se trata apenas de saber viver, mas aproveitar a vida no que acredite ser o máximo que ela pode te dar, do contrário, ficaram forçadas as atitudes, os sorrisos, e os e-mails! (risos)

Saí do hospital com vontade de fazer coisas que não mais fazia. Quero voltar a ler – não só periódicos jurídicos, livros de direito e revistas de carro! (risos) Quero comer torta de limão da Sonho Doce!! Meu Deus, como eu desejei isso nos cinco dias de internação. Explico: é que eu fiquei durante todo esse tempo a base de comidas líquidas e pastosas, sem muito sal, ou tempero. Por isso, só lembrava-me da bendita torta – minha preferida! Enfim... Não quero viver ao máximo, mas viver o que tenho que viver e ser simplesmente feliz. Bom né?

Se vou atingir os meus objetivos no alto do meu orgulho? Acho que sim, ou melhor, vou sim, com toda certeza. E a comemoração? Essa será repleta de torta de limão!!!