sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Aos amigos!


Hoje deu vontade de afagar os amigos que tenho – poucos e tão preciosos! Talvez não ande sendo um bom menino, por isso busco me esconder pra não magoar, mas é o contrário, nessas horas é que magôo mais. Tendo a ser um tanto quanto cruel com os que me rodeiam e acho que, de alguma forma, afastando-me deles encontro um caminho melhor. Ledo engano meu!

Tenho, desde muito, a tendência infeliz de afastar os que amo, de alguma forma as coisas que faço são interpretadas de uma maneira distorcida. Não me perguntem o porquê, já que se eu tivesse a resposta, não desabafaria. Tentei encontrá-la. Juro. Mas ainda não consegui. O que ocorre, é que se estou feliz, sou ofensivo, se estou triste, sou mal-humorado, se me reservo, sou orgulhoso, e uma sucessão de equívocos ocorrem ao meu redor, que não consigo gerir, afastando do meu seio muitos dos que tanto preso.

Certa feita, falaram-me que amigo que é amigo não liga pra essas coisas. Será? Ou sou eu que ando fazendo as amizades erradas, pelos motivos errados, nos lugares errados? Não sei, mais uma vez não acho a explicação. Só não entendo como magôo tanto, e como consigo de muitas maneiras ser magoado. Falta base às amizades que cultivo?

Em meio a um ano difícil, no qual os problemas do lar foram a tônica, me vi perdido entre pedidos de socorro que ecoavam perto de mim, sem eu conseguir responder. Não tive a capacidade e a maturidade suficiente para controlar um trabalho especial, uma família especial e um coração solitário. Isolei-me mais uma vez.

2010 foi um ano de grandes perdas pra mim, as conquistas quase ficaram no passado. O trabalho, antes tão desejado e concorrido, perdeu o brilho e a cor, envolto em pequenas implicâncias e concorrências desnecessárias, podia contornar tudo isso, mas como disse antes, se me reservo, aparento orgulho, e isso afasta. A família se entristeceu com algumas partidas e rompantes, hoje solucionados, estabilizados, mas que deixaram o meu solitário coração carente de afeto, já que ao me doar pra eles, esqueci de mim mesmo.

Nesse caminho, esqueci dos amigos tão queridos, e virei um completo anti-social, mal-humorado, carrancudo e choroso, como se alguém de fato tivesse a obrigação de resolver os meus problemas. Infantilidade minha, imaturidade, e completo despreparo. Creio não ter desferido palavras ofensiva aos próximos, mas só hoje percebi que não foi bem assim, magoei quem não devia, e perdi pelo menos três valorosos amigos-companheiros!

Sei que minhas atitudes falaram por mim, talvez em meio a minha fraca dor, tenha me achado no direito de superar a dor dos demais. Não sei, mas pra alguns faltei com palavras de carinho, pra outros exagerei nas brincadeiras infundadas, e no caminho despedacei cristais que não mais se concertam.

Escrevo isso, aos demais que ainda me restam, na esperança de que não escapem de minhas mãos, amo-os, mesmo aos que se foram deixo o amor que antes escondia, por medo de não ser suficientemente bom pra vocês. Saibam que eu sou assim, chato, complicado, cinza até nos melhores dias, mas colorido e feliz aos que me descobrem. Não espero que entendam as minhas atitudes, mesmo em nome do que creio ser uma amizade generosa, mas espero que aprendam a lidar comigo, por eu estou disposto a fazer o mesmo, ser melhor pra vocês.

Portanto, se me virem triste, não rejeite, se me virem feliz, não me cerceie, se me virem isolado, não me abomine. Sou filho de Deus! Não faço promessas de melhorar, mas me comprometo em ser mais honesto com o que sinto, e peço o mesmo dos amigos. Se fiz algo, fale! Mas não permita que uma situação equivocada se forme e afaste a gente. Agradeço de coração aos que entenderam o desabafo, saudades dos amigos.

terça-feira, 23 de março de 2010

O par perfeito - Tudo é simples, a gente é que complica



Saí do meu carro hoje à tarde pensando nos relacionamentos amorosos e em uma breve conversa que havia tido com uma valiosa amiga há alguns dias. Saltei na garagem distante do trabalho e o pequeno trajeto me possibilitou pequenas reflexões, logo liguei pra ela aos risos. Poxa como a gente quer tão pouco, ser feliz, nada mais. Pensava antes que a idealização de uma relação perfeita nos conduzia a algo realmente incrível, todavia, quanto mais idealizamos algo, mais distante ficamos daquilo que realmente interessa. Ser feliz. Simplesmente porque o idílio jamais será encontrado e a frustração nos conduzirá ao poço da depressão. Por isso, paremos de idealizar o “príncipe”, nos divirtamos com os “sapos”!

Mas essa felicidade depende do outro? Talvez sim, talvez não, mas depende principalmente de nos sentirmos bem com nós mesmos. O simples é se amar, mas o simples não é deixar de condicionar esse amor próprio ao outro. Cremos independente de qualquer coisa que o outro, como razão do nosso viver, pode nos conduzir ao caminho da tão almejada felicidade. Ledo engano. Nem sempre é assim. Eu tenho que ser feliz – amorosamente falando, pelas minhas atitudes, do contrário serei uma companhia insuportável, cobradora e sugadora do outro, no afã de que ele seja o meu último fio conector com a realidade. Eca. Quero isso não.

Claro que preciso do outro pra ser mais. Mas não é função exclusiva do outro me conduzir ao caminho das coisas boas, eu tenho que aprender a chegar lá sozinho. Por isso que, quando idealizamos o “par perfeito”, o “príncipe encantado” nos deparamos com tantos “sapos”. Mas será que nenhum sapinho deste é o felizardo complemento de sua vida amorosa? Por tenho que querer o estável, o bacana, o mais transado e super-bem relacionado? Por que tenho que escolher aqueles com padrão social igual ou melhor que o meu? Por que, por quê? Ora oras!! O sem graça, pode ter um bom beijo, e pode ser uma excelente companhia pra comer aquela pipoquinha no cinema. O mais “humilde” frente os meus “padrões” pode ser um herói batalhador, um propulsor de idéias bacanas, um exemplo de otimismo diante da vida. O "nerd" pode ser bom de cama. Por que não?

Assim, não idealizemos o “par perfeito”, idealizamos a felicidade. Comecemos a anotar em nossos caderninhos de prioridades, nos rodearmos de pessoas com saúde mental – não me refiro aos lúcidos, mas aos de boas idéias, de boas conversas, de boa índole. Cerquemos-nos de pessoas cheias de saúde física – não me refiro àqueles que não estão acometidos de algum mal físico, me refiro àqueles que possuam a disposição de desbravar o novo, o gostoso, sem vícios, sem manias feias... desnecessariamente feias – porque até eu tenho as minha manias feias... mas digo aqueles que queiram se movimentar, nem que sejam os músculos da face pra me dar um belo sorriso.

Quero me cercar de gente cheia de luz – cujo espírito transcende o corpo físico e me faz enxergar que Deus me proporcionou um grande presente. Viver! Assim, nos cercando de “gente boa”, o amor vai chegar... Claro, não deixando de se incluir nesse rol. Portanto, seja saudável na mente, no corpo e no espírito, e ele – o tão esperado amor – chegará!

Confesso que não sou exemplo dos mais práticos, mas quem me conhece sabe que sou guerreiro pelos meus sentimentos, acredito em mim e nas minhas possibilidades e não me importo com a solidão. Porque sei que nada nesse mundo de fato me pertence – eu mesmo não pertenço a ninguém. Solidão é tão relativa, e a amorosa só serve pra fazer-nos enxergar que não era o momento. Mas você realmente só fica só quando quer, sabia? Quando nos virmos prontos em todos os sentidos (mental, físico e espiritual), choverá gente em nossa horta. Ninguém gosta de gente paranóica, pegajosa e chorona – não sinta pena de si mesmo... Sinta orgulho de estar vivo, de ter brilho nos olhos, de poder respirar e se permitir ser feliz! Isso atrai mais que qualquer bom papo.

Portanto, quando vir o "nerd" se aproximando graças a sua indefectível aura de felicidade, agarre-o... Ele pode ser um posso de amor, uma companhia perfeita pra comer a pipoquinha, e no fim da noite um louco amante!! Tudo é possível quando se quer ser feliz! Por isso, nos permitamos... Nada mais